Delegado Matheus Laiola

Carro quente: o perigo de deixar o pet sozinho no veículo

*Por Matheus Laiola

É uma cena comum: o tutor para o carro para resolver uma “coisa rápida”, seja no mercado, na farmácia ou no banco, e deixa seu amigo (ou filho) de quatro patas esperando lá dentro. Às vezes, as janelas estão até um pouco abertas. O que parece ser um gesto inofensivo é, na verdade, um risco mortal e um ato de crueldade. Deixar um pet sozinho em um carro, mesmo que por poucos minutos, pode ser fatal. O carro quente é uma armadilha silenciosa.

A temperatura dentro de um veículo sobe de forma assustadora e rápida. Em dias de sol, a temperatura interna do carro pode aumentar 10 graus em apenas 10 minutos. Em 30 minutos, pode subir até 20 graus. Para animais, que não suam como os humanos, a forma de controlar a temperatura corporal é ofegar. Em um ambiente quente e fechado, esse mecanismo não é suficiente. O pet pode sofrer um choque térmico ou ter uma parada respiratória, levando-o à morte.

Existem sinais claros de que o pet está em perigo. O tutor precisa ficar atento. Os sintomas de insolação ou de choque térmico incluem respiração ofegante e rápida, salivação excessiva, língua e gengivas de cor vermelho escura ou azulada, letargia, vômitos e, em casos mais graves, convulsões. Perceber esses sinais é o primeiro passo para uma ação imediata.

Deixar um animal em um carro quente configura crime de maus-tratos. A falta de cuidado e a exposição do animal a esse perigo extremo são atos de irresponsabilidade que a lei pune. Em nosso país, o crime de maus-tratos pode levar a uma pena de 2 a 5 anos de prisão, além de multas. 

Se você se deparar com um animal em perigo dentro de um carro, a primeira coisa a fazer é ligar para a Polícia Militar (190) ou para o Corpo de Bombeiros (193). Eles são as autoridades competentes para lidar com a situação e tomar as medidas necessárias. A sua denúncia é o passo mais importante para salvar uma vida.

Lembre-se, não existe “só um minutinho” quando a vida de um animal está em risco. O seu pet confia em você para protegê-lo de todos os perigos. A melhor atitude é sempre deixá-lo em casa, em um ambiente seguro, fresco e com água à vontade. O conforto e a segurança dele devem vir sempre em primeiro lugar.

Para sugestões de temas, entre em contato via WhatsApp: (41) 9529-1305. Sua contribuição é muito bem-vinda.

Até a próxima semana.

*Matheus Laiola, Deputado Federal e Delegado de Polícia Civil do Paraná

 

 

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